A CORDA ESTOUROU, O BAILE ACABOU
Fim de temporada. Clima de fim de baile. Um galã levará a mais bela das damas disponíveis, outros rapazes, que tiveram mais elegância e competência que os outros, serão os possuidores das demais belas do salão meia-água.
Haverá outros que, com altivez, ainda tentarão a incerteza de uma esbelta, mesmo com uma meia-boca dando sopa, sedenta por uma vida de amores e prazeres, ainda que por tortas linhas. Haverá ainda um outro bloco, composto por bonecos que, por diferentes razões, resolveram apenas curtir a festa, beber umas cervejas e vazar antes do raiar do sol.
E por último, no mais deprimente estágio, aqueles 4 que tomaram fora de todas, inclusive das menos dotadas de beleza, e retornarão às casas amparados por algum ilustre desconhecido, para aproveitar o que lhes resta pré-alvorecer. Tudo isso com o gosto azedo na boca de um despertar de ressaca, e o sentimento de terem sido os papelões da festa.
O Grenal derradeiro de 2019 teve um aspecto peculiar. Não teve graça. Aliás, o Grenal do 5×0 foi mais disputado do que esse.
O ex-tradicional-rival rasteja em campo. Um sai pro banho antes do jogo acabar. Outro força cartão pra não ir ao Ceará cumprir tabela. O “maestro” que tanto veneram mofa na reserva de atletas vindos da série B (Neilton, Parede…escolham). Dourado ninguém sabe aonde foi parar, assim como os recém festejados Edenilson, Patrick, Wellington Silva, Zeca, Cuesta e CHEEGAA porque não quero me alongar.
Lomba é a prova de que deveríamos ter jogado a valer e metido 10. Sua atitude no lance que poderia ter inutilizado Luciano para o futebol condiz com a mediocridade do time em que atua.
A frase mais repetida por esse humilde amontoador de palavras em 2019 foi “a corda está esticada, vai chegar a hora em que ela vai estourar”. Estourou. Trouxeram o Zé Ricardo. Pobre diabo! Veio pelo salário, se é que receberá.
O Little War garante que os vencimentos estão em dia. Sei que os jogadores são limitadíssimos, mas seria para tanto? Algo dentro da conta bancária não bate com o dentro das quatro linhas. E isso vai além da mediocridade dos jogadores.
Encerraremos o ano como o galã que tentou a mais bela do baile. Ela, soberba, preferiu decidir entre o mais rico e o “milionário”. Mas ao menos sairemos de cabeça erguida, com uma bela ao enlace do braço.
Bem diferente de quem passou a noite inteira arrotando grandeza, pra ir embora com o que sobrou, ou talvez nem isso.
Aliás, esse mesmo conquistador fajuto já foi recolhido da sarjeta uma vez, amparado por mirréis imundos, voltando por alguns momentos a tentar dar o ar da graça no bailado do balonpié.
Mas o Grenal 422 veio, e veio em tempo. Mesmo que sem muito esforço, estourou a corda, encerrou a farra. E de lambuja colocou categoricamente cada personagem dessa cena em seu devido lugar.
FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA